A força-tarefa do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo identificou nesta quarta-feira (14) 56 dos 62 mortos na última sexta-feira (9) no acidente aéreo com a Voepass em Vinhedo, interior do estado.
Os reconhecimentos dos outros seis corpos ainda não têm prazo para terminar. Peritos avaliam a possibilidade de submeter ao menos quatro deles a exames de DNA para comparar seus materiais genéticos com os de parentes.
Segundo a Superintendência da Polícia Técnico-Científica:
- 15 corpos foram identificados por radiografias odontológicas;
- 37 mortos acabaram identificados pela impressão digital;
- 4 foram identificados por ambos os métodos.
Todos os 58 passageiros e quatro tripulantes morreram na queda do avião por politraumatismo, de acordo com os peritos.
Os nomes dos mortos identificados não foram divulgados pelo IML. Segundo a reportagem apurou, entre as vítimas 27 vítimas liberadas para suas famílias estão:
- DANILO SANTOS ROMANO, de 35 anos (piloto do avião da Voepass; morava em São Paulo e trabalhava na companhia aérea desde 2022);
- DANIELA SCHULZ FODRA (fisiculturista e mulher do passageiro Hiales Carpine Fodra; morava em Naviraí, Mato Grosso do Sul);
- HIALES CARPINE FODRA, de 33 anos (policial rodoviário federal e marido de Daniela Schultz Fodra; nascido em Moreira Sales, Paraná, morava em Naviraí, Mato Grosso do Sul);
- HUMBERTO DE CAMPOS ALENCAR E SILVA, de 61 anos (copiloto do avião da Voepass)
- JOSÉ CARLOS COPETTI, de 45 anos (gerente de logística, morava em Jacareí, no interior de São Paulo). Ele foi velado e será cremado em São José dos Campos, interior de São Paulo;
- PEDRO GABRIEL GUSSON DO NASCIMENTO, de 26 anos (analista de pesquisa de mercado, morador de Bom Jesus dos Perdões, SP). Ele será velado e enterrado em Atibaia, no interior paulista;
- RAFAEL FERNANDO DOS SANTOS, de 41 anos (programador e pai da menina de Liz Ibba dos Santos, de 3 anos; morava em Florianópolis)
- TIAGO AZEVEDO BILER, 40 anos (engenheiro de produção estava em Cascavel a trabalho)
Familiares das vítimas identificadas já providenciaram os trâmites para as cerimônias de despedida delas em suas cidades. As identificações dos mortos foram feitas por reconhecimento de digitais e outros meios, como radiografias, exames odontológicos de arcadas dentárias, tatuagens etc.
O IML aguarda documentos pessoais das vítimas não identificadas para fazer a liberação desses corpos para seus parentes.
O voo 2283 da Voepass ia de Cascavel, no Paraná, para Guarulhos, na Grande São Paulo. Todas as pessoas que estavam nele morreram.
A Aeronáutica apura as causas da queda da aeronave que atingiu duas residências no Condomínio Recanto Florido, no bairro Capela. Não há registro de vítimas entre moradores ou de quem estava no solo.
A Polícia Federal e a Polícia Civil também investigam separadamente as causas e responsabilidades pelo acidente. O Ministério Público (MP) acompanha as investigações. A companhia aérea afirmou em nota que o avião que caiu estava apto a voar e sem restrições.
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem que viram vídeos do momento em que o avião caiu, entre as hipóteses para explicar o acidente está a possibilidade de que as asas da aeronave tenham ficado cobertas por gelo durante o voo, causando instabilidade e a queda.
De acordo com Humberto Alves Barbosa, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), no dia do acidente as temperaturas nas nuvens na região por onde a aeronave passou estavam em torno de -42º C.
“Isso tráz muita instabilidade do ponto de vista meteorológico pra qualquer aeronave dentro dessa situação”, falou o professor à TV Globo.
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