Estudantes e servidores dão ‘abraço’ simbólico em apoio ao IFFar/FW após corte de verbas

Estudantes e servidores do Instituto Federal Farroupilha, campus Frederico Westphalen (IFFar/FW), realizaram um ato simbólico no início da tarde desta segunda-feira, 13. Os participantes deram um “abraço” no campus e se reuniram em apoio à instituição após o anúncio do corte de 30% nas verbas das universidades e institutos federais, anunciado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) na última semana.

O ato buscou chamar atenção de toda comunidade para a gravidade do cenário e contou com o pronunciamento da direção do câmpus, alunos e professores. Segundo dados da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, o congelamento de recursos do MEC compromete R$ 2,1 bilhões nas universidades e R$ 860,4 milhões nos Institutos Federais.  Os reflexos serão sentidos em todo país e, consequentemente, afetarão os campi da UFSM e IFFar de Frederico Westphalen que, de acordo com as direções das instituições, correm o risco de ter suas atividades totalmente afetadas até o fim deste ano. 

O diretor do IFFar/FW, Carlos Trombetta, falou sobre as consequências deste corte para a instituição no município e destacou que, caso as atividades sejam interrompidas por falta de recursos, os reflexos serão sentidos em toda a região:

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Trombetta também destacou que outros contingenciamentos já foram realizados em anos anteriores, mas que o câmpus sempre buscou formas de administrar e continuar expandindo suas atividades. No entanto, segundo ele, este corte de 30%, torna inviável a execução das atividades básicas para o funcionamento da instituição: 

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Dentre as últimas conquistas do IFFar/FW está a efetivação do curso de Medicina Veterinária no instituto. O atual coordenador do curso, David Fagundes, frisou que o corte que soma mais de R$ 1 milhão no câmpus, impacta diretamente na manutenção e permanência das atividades:

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Impactos em todas as instituições 

Na última terça-feira, 7, o reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Paulo Afonso Burmann, participou da Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de Frederico Westphalen, na qual explanou sobre a atual situação econômica da Universidade e solicitou o engajamento do legislativo para buscar reverter este corte de 30% no orçamento da educação. 

Em entrevista à Rádio Comunitária, Burmann disse que reduções já estão sendo realizadas em todos os quadros da universidade e que o cenário é preocupante: 

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Assim como o IFFar/FW, a UFSM também preocupa-se em não conseguir manter as atividades. O contingenciamento afeta de forma drástica as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Em nota divulgada pela Universidade, a instituição reitera que “espera que haja uma reversão, em nome do bom senso e do compromisso para com a educação e a ciência brasileiras. Caso contrário, a UFSM corre sério risco de passar a não conseguir cumprir seus contratos a partir do mês de setembro.” 

Encontro de gestores 

A pauta sobre o corte da edução também deve ser abordada durante a Reunião dos Dirigentes dos Institutos Federais da Região Sul (Reditec Sul) que acontece na próxima quarta-feira, dia 15, a partir das 13h30, no auditório do câmpus de Frederico Westphalen. O evento contará com a participação dos Reitores, Pró-reitores, Diretores gerais e diretores sistêmicos dos Institutos Federais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. 

Na oportunidade será realizado um ato institucional para reversão do bloqueio orçamentário de 30% anunciado pelo governo federal.

Mobilização para a greve geral

Além de atos como este realizado nesta segunda-feira, entidades e Sindicatos ligados à educação já estão se mobilizando para a realização e participação da greve geral na próxima quarta-feira, 15 de maio.  A convocação inicial tinha como pauta a insatisfação dos trabalhadores do segmento educacional com a Reforma da Previdência, mas ganhou novas bandeiras a partir dos anúncios de cortes das verbas federais para educação superior e básica.

As entidades pretendem aproveitar a pauta para chamar atenção da sociedade para o desmonte da educação que está em curso em todos os níveis da educação, e acumular forças para construir a greve geral do dia 14 de junho em defesa da aposentadoria.

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