Em reunião com servidores sobre situação do Estado Sartori conta piada e fala sobre o GreNal

Representantes de diferentes entidades de servidores públicos estaduais aumentaram o tom das críticas ao governo depois do café da manhã realizado ontem com o governador José Ivo Sartori (PMDB) e o núcleo do secretariado no Galpão Crioulo do Palácio Piratini. O Executivo chamou o encontro para mais uma vez expor os dados já apresentados à imprensa e durante as chamadas “Caravanas da Transparência”. Representantes de 46 entidades confirmaram presença. Mas, após ouvir a repetição de dados e argumentos, saíram falando abertamente na possibilidade de greve geral.

“A fala do governador e a exposição do secretário da Fazenda não têm nada de novo e um só objetivo: criar um clima de terror. O Estado historicamente sucateia suas receitas com benefícios fiscais e não consegue atender às necessidades da população. Não vamos cair nessa”, rebateu o vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, Cláudio Augustin.

“O governo apresenta problemas, mas nenhum encaminhamento de soluções. Temos questionamentos sobre as isenções fiscais e solicitamos que o governador utilize seu peso político para pressionar pela tramitação da lei da distribuição dos royalties do petróleo. Mas vemos uma discussão rasteira, que passa para a sociedade informações que não correspondem”, apontou a presidente do Cpers, Helenir Schürer.

“O governador contou umas piadinhas sem graça e foi embora. As coisas estão acontecendo e o governador faz piada. A apresentação foi terrível, e essa questão do déficit a gente já conhece. Se não houver avanço, vamos paralisar”, assinalava o presidente da Ugeirm/Sindicato, Isaac Ortiz, pela manhã.

A declaração de Ortiz foi referência à atitude de Sartori, que fez pronunciamento no início do café e se retirou, sob a justificativa de que precisava fazer a abertura da campanha de vacinação contra a gripe. Durante sua fala, Sartori contou uma piada que nem todos entenderam. Foi uma anedota sobre o caso de um navio que afunda e tem como único sobrevivente um italiano. Motivo: os italianos falam muito com as mãos, o que, no caso, ajudou o náufrago a nadar.

Cpers rebate dados de Feltes

Além da piada do governador José Ivo Sartori (PMDB), o secretário da Fazenda, Giovani Feltes (PMDB), também deixou os servidores incomodados com suas declarações no encontro no Piratini. Durante sua exposição, Feltes disse que a rede estadual tem 13 alunos para cada professor, um índice que pode ser considerado como excelente.

A presidente do Cpers, Helenir Schürer, rebateu na hora, lembrando que a rede estadual tem 49 mil professores e 903 mil matrículas, o que eleva o número para 18,4 alunos por professor. E emendou: “O secretário faz uma conta simplista que nos assusta. Ele ignora toda a estrutura de supervisão, composta por pelo menos seis funcionários em cada escola. E temos quase três mil escolas.”

Ao término do café, Feltes replicou com outra declaração polêmica. “Não sou especialista na área, mas basta fazer uma conta aritmética fácil. Conta de padeiro eu sei fazer.”

BM não aceita adiar reajuste

Ao término do café da manhã de ontem, no Palácio Piratini, com representantes do governo do Estado, os servidores de nível médio da Brigada Militar divulgaram nota assegurando que não negociarão adiamento do pagamento dos reajustes salariais. “Se o governo Sartori insistir em descumprir a lei, todos nós estamos autorizados a descumpri-la, e vamos para a greve”, informa o documento, assinado por cinco entidades de policiais.

C.P/Agência Rádio Web

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