Cooperar VALE a pena: A história da Cooperativa Vale das Cuias

Angelo Lorini, Rodrigo D’avila, Sabrina Ritter e Thiago Henrique

O Quíchua, ou quechua, é uma importante língua indígena da América do Sul, atualmente falada por cerca de dez milhões de pessoas de diferentes grupos étnicos da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru ao longo dos milhares de quilômetros  Andinos. Do Quíchua herdou-se a palavra Mati, usada para caracterizar o porongo onde colocavam a erva para beber.

Tradição indígena que se reflete até hoje no dia a dia dos gaúchos. A bebida tradicional, o chimarrão, tem a erva mate acomodada dentro dos mais diversos porongos, de formas e tamanhos.

A cabaça ou o popular porongo, foi uma das primeiras plantas cultivadas no mundo, não apenas para uso na alimentação, mas para ser utilizada como um recipiente de água. A cabaça pode ter sido levada da África para a Ásia, Europa e Américas no curso da migração humana, ou por sementes que flutuaram através dos oceanos dentro da cabaça. Provou-se que estava no Novo Mundo antes da chegada de Cristóvão Colombo ao mesmo, em 1492.

Cultivada em diversas regiões do Brasil, o porongo tem grande produção no Rio Grande do Sul, afinal, é dele que se constrói as CUIAS, objeto que torna possível o chimarrão, bebida tradicional dos gaúchos.

É produzindo as cuias que muitas famílias do Estado tiram sua renda para sobrevivência. Roberto Brondani, morador de Frederico Westphalen, trabalha com cuias há mais de 25 anos e, a tradição que veio da família hoje é a base para manter sua casa e família:

Assim como Roberto, muitas outras famílias também sobrevivem da fabricação de cuias. E foi com o intuito de fomentar não só a produção, mas também a comercialização do produto que surge, em 2004, a Cooperativa Vale das Cuias em Frederico Westphalen. Idealizada a partir da necessidade dos produtores, a cooperativa abrange 32 familias de pequenos agricultores que possuem propriedades localizadas próximas da BR 386 e instalaram tendas às margens da rodovia, onde vendem cuias, apetrechos para o chimarrão e outros tipos de artesanato, além de frutas.

O presidente, Ulisses Trevisol, que transforma porongos em cuias há mais de 25 anos ve a construção da cooperativa como a realização de um sonho:

A cooperativa deve ter sua sede própria finalizada em dezembro deste ano e passará a receber clientes de todas as partes do Brasil e do mundo às margens da BR 386, no KM 17 em Frederico Westphalen. No local será comercializado, além das cuias, produtos da agricultura familiar dos integrantes da cooperativa, fortalecendo assim também demais setores em que as famílias dos cooperados atuam.

 

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