Com UTIs superlotadas, governo avalia manutenção da bandeira preta

Em função da situação crítica do sistema de saúde do Rio Grande do Sul e do aumento exponencial das internações por Covid-19, o governador Eduardo Leite afirmou nesta segunda-feira,15, que, se mantida a tendência atual dos indicadores que formam o cálculo das bandeiras, a perspectiva é de que a bandeira preta permaneça até que haja uma reversão no cenário e queda nos números. O governo do Estado justifica que essas projeções são baseadas nos dados que compõem o modelo de Distanciamento Controlado.

A avaliação do governo tem por base o crescimento exponencial das internações por Covid-19, nas últimas semanas, nas redes pública e privada. “O número de pacientes confirmados com a doença em UTIs, que é um dos indicadores, aponta que houve um aumento de 800 para cerca de 2,5 mil pessoas nessa condição. Isso significa que ainda há uma situação de superlotação dos hospitais, fazendo com que o modelo do Distanciamento Controlado indique a bandeira preta”, assinala Leite.

Com relação à cogestão, o governo pretende conversar com os prefeitos nesta sexta-feira para definir os próximos passos. Mesmo que haja uma eventual decisão de retomar a cogestão, o governo entende que serão necessários ajustes nos protocolos da bandeira vermelha, tornando as atividades mais restritas. Com 148 mortes confirmadas nesta segunda, o Rio Grande do Sul contabiliza 15.105 vítimas fatais em função do novo coronavírus. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou ainda 2.618 novos infectados, elevando o total para 744.844.

A taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) voltou a apresentar crescimento e atingiu 109,8% de lotação, com 3.473 internações, ou seja, 310 pacientes a mais do que a capacidade máxima prevista. As redes pública e privada operavam acima da capacidade máxima. Com superlotação, os leitos privados apresentavam taxa de ocupação de 134,2%. As internações relacionadas à Covid-19 totalizavam 77,6% do total, com 2.693 pacientes. Do total, 2.551 eram de casos positivos para a doença e outros 142 tinham diagnóstico suspeito.

Na Capital, 14 hospitais operavam com capacidade máxima ou apresentavam superlotação. Com 1.172 pacientes em estado crítico, a taxa de ocupação das UTIs atingiu 117,43%. Com isso, o sistema de saúde abrigava 170 pacientes a mais do que a capacidade máxima prevista.

Até o início da noite, 319 pessoas aguardavam por leito de UTI. Do total, 267 esperavam em emergências. Outras 52 estavam em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

 

*Correio do Povo

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