Caso Rafael: Alexandra é indiciada por homicídio triplamente qualificado

Após admitir que matou o filho Rafael Mateus Winques, 11 anos, com uma corda de varal, Alexandra Dougokenski, 33 anos, foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, falsidade ideológica e ocultação de cadáver. A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga o assassinato do garoto na cidade de Planalto, no norte do Rio Grande do Sul. 

As três qualificadoras do crime são asfixia, motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.  Rafael desapareceu em 15 de maio. Alexandra chegou a mobilizar a polícia e o Conselho Tutelar nas buscas pelo filho que estava escondido em uma caixa de papelão na casa ao lado da sua residência.  Em 25 de maio, confessou à polícia que havia matado o filho. 

O indiciamento de Alexandra foi anunciado em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira, 2, no auditório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Porto Alegre.  Até o final da tarde, o inquérito policial será remetido ao Judiciário. Caberá a promotora de Planalto Michele Kufner oferecer denúncia ou não. Como Alexandra esta presa, o Ministério Público tem cinco dias para se manifestar.

— Trouxemos nos autos o passo a passo da cronologia do crime do dia 14 de maio em diante. Inclusive, temos a motivação do crime. Durante todo período da investigação, ela oscilava entre dizer a verdade e mentir. Desde o começo, as características visíveis do corpo da vítima, pelo uso da corda para asfixiar, indicavam que ela teve intenção de matar — afirma o diretor de investigação do Departamento de Homicídio, delegado Eibert Moreira Neto.

No último sábado, 27, em depoimento no Palácio da Polícia, na Capital, Alexandra mudou a versão que vinha sustentando até então, de que não teve a intenção de matar o filho. A mãe admitiu que matou o menino com uma corda de varal quando ele estava acordado no quarto, motivada pela desobediência do garoto. A investigada diz que, por volta da meia-noite do dia 15 de maio, deu dois comprimidos de Diazepam ao filho, após tê-lo repreendido por passar diversas noites em claro mexendo no celular, para que dormisse. Alexandra foi para cama. Por volta das 2h, acordou, retornou ao quarto e Rafael ainda estava no celular, mesmo após a ingestão do medicamento. Nessa hora, conforme o testemunho, foi quando decidiu matá-lo. 

A Polícia Civil também está representando pela prisão preventiva de Alexandra. Desde o dia 25 de maio, quando confessou o crime, a mãe está presa temporariamente – atualmente, ela está detida na Penitenciária Feminina de Guaíba.

Alexandra também foi indiciada por falsidade ideológica, pois, ao registrar o boletim de ocorrência de desaparecimento de Rafael, em 15 de maio, deu declaração falsa em documento público, buscando alterar a veracidade do fato.

Contraponto
Em nota, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, responsável pela defesa de Alexandra, informou que ainda não foi possível conversar com a investigada sobre detalhes do caso penal, já que ela encontra-se, desde a última segunda-feira, 29, internada em um hospital da Grande Porto Alegre para tratamento de saúde. A Defensoria teve acesso parcial aos autos do inquérito e aguarda laudos pericias para ter mais informações.

*Com informações Gaúcha ZH
(Foto: Jeniffer Gularte / Agência RBS)

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