Butantan projeta oferecer doses da vacina Butanvac a partir de julho

O Instituto Butantan anunciou em coletiva na manhã desta sexta-feira, a criação da Butanvac, que pode ser a primeira vacina 100% brasileira contra a Covid-19. Com a estimativa de enviar o pedido de autorização para iniciar os estudos clínicos em voluntários à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda nesta sexta-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou que há condições de oferecer 40 milhões de doses e começar a imunizar a partir de julho. O anúncio ocorreu em coletiva de imprensa nesta manhã.

“Essa é uma vacina prioritariamente para o Brasil e brasileiros, depois atenderemos outras nações que também sofrem com a Covid-19. A produção vai iniciar em maio sob sua responsabilidade, com autorização do governo de São Paulo e do instituto Butantan”, disse Doria. O governador informou ainda que na tarde desta sexta-feira, no horário do Brasil, o governo protocolará um pedido junto à OMS para que o órgão possa acompanhar a testagem das fases 1, 2 e 3.

De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o desenvolvimento da nova vacina começou no ano passado. “De lá para cá, um esforço intenso de toda a equipe do ponto de vista das negociações internacionais e nacionais”, disse. “Hoje temos lotes suficientes para iniciar um estudo clínico que deverá ser muito claro. Hoje deveremos avançar na Anvisa com o DDCM, um dossiê clínico, e vamos dialogar para que, em dois meses e meio, terminar essa fase cínica e começar a produção.”

Dimas Covas disse ainda que os estudos com a Butanvac inauguram uma nova geração de vacinas. “É muito mais barato esse tipo de produção, utilizando uma tecnologia nacional. Estamos falando de uma segunda geração de vacina, aprendemos com as anteriores e sabemos o que é uma boa vacina contra a Covid-19”, disse o médico. “Poderemos usar menores doses de vacina por pessoas e com isso o quantitativo de doses pode ser aumentado.”

Segundo o diretor do Butantan, a vacina foi produzida em escala piloto. O imunizante está pronto para testes clínicos e teve, segundo ele, resultados bons em testes pré-clínicos. Os testes clínicos devem começar em abril. “Nosso compromisso é fornecer essa vacina a países de renda baixa e média. Se o mundo rico comabte porque tem recursos, os países de renda baixa poderão manter a pandemia, o vírus vai estar nos países pobres da América Latina e da Ásia.”

Covas ressaltou que a produção do imunizante com tecnologia integralmente nacional trará independência ao país. a, disse o diretor do Instituto. “Os resultados se mostraram promissores o que nos permite evoluir para os demais testes involuntários já em abril com a autorização da Anvisa. Temos que superar a burocracia em nome da saúde e da vacina”, afirmou Doria.

Consórcio internacional para a produção

O Instituto Butantan produzirá a vacina em um consórcio internacional ao lado do Instituto de Vacinas e Biologia Médica do Vietnã e da Organização Governamental Farmacêutica da Tailândia. O Brasil produzirá 85% da capacidade total. O compromisso do Butantan é fornecer a vacina para países de baixa e média renda. 

“A gente superou várias etapas, tem um bom produto, promissor. Tem algumas etapas ainda a superar, das fases clínicas, mas estamos bem confiantes”, disse Ricardo Oliveira, diretor de produção do Instituto Butantan.

Dimas Covas disse que existe a possibilidade de a vacina se de dose única. Fatores como dosagem e o intervalo entre doses serão avaliados nos estudos clínicos. O diretor do Butantan acredita que a fase de estudos clínicos pode ser encurtada porque já há um conhecimento maior sobre vacinas contra Covid-19. “O estudo pode ser feito de forma comparativa com as demais vacinas do ponto de vista imunológico“. Os voluntários dos ensaios clínicos são pessoas dos grupos que ainda não estão sendo vacinados no Brasil.

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